quarta-feira, 29 de maio de 2013

POSTERS E JORNAIS





Declínio da Europa e Ascensão dos Estados Unidos

 O Fim da supremacia Europeia

Devido À 1ª Guerra Mundial, a Europa tivera necessidade de adquirir matérias-primas, alimentos e armas, sobretudo aos EUA. Para pagamento das dívidas contraídas, parte do ouro europeu foi progressivamente transferido para os EUA e a Europa passou de credora a devedora aos EUA.
Com isto tudo os EUA beneficiaram de um excepcional crescimento económico.
 
A 1ª Grande Guerra causou grande número de mortos e feridos, destruiu terras e fábricas e alterou o mapa político da Europa. Para evitar futuros conflitos, criou-se a Sociedade das Nações.Mas a guerra marcou, também, o fim da supremacia europeia no mundo: os Estados Unidos tornaram-se na 1ª potência mundial

SAÍDA DA RÚSSIA: O Tratado de Brest - Litovsk

O Tratado de Brest-Litovski (ou de Brest-Litovsk) foi um tratado de paz assinado entre o governo bolchevique da Rússia e as Potências da Tríplice Aliança (Império Alemão, Império Austro - Hungaro, Bulgária e Império Otomano) a 3 de Março de 1918 em Brest (anteriormente Brest- Litovski), na actual Bielorrúsisia. Com este tratado reconhecia-se a saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial. O abandono do primeiro conflito mundial foi um dos principais objectivos dos ideólogos da Revolução Russa de 1917. A guerra tornara-se impopular entre o povo russo, devido às imensas perdas humanas, (cerca de quatro milhões de mortos)e o número de estropiados de guerra e de desertores aumentava cada vez mais. No âmbito deste tratado, a Rússia perdia o controle sobre a Finlândia, Países Bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia), Polónia, Bielorrússia e Ucrânia. A maior parte desses territórios tornar-se-iam, na prática, partes do Império Alemão. Entretanto, a derrota da Alemanha na guerra e a assinatura do Tratado de Versalhes permitiram que a Finlândia, Estónia, Letónia, Lituânia e Polónia se tornassem Estados verdadeiramente independentes. Por outro lado, a Bielorrússia e a Ucrânia envolveram-se na Guerra Civil na Rússia, acabando por ser novamente anexadas ao território russo.
 Assinatura do Tratado de Brest - Litovsk

JORNAIS ANUNCIAM O ARMISTICIO

      

segunda-feira, 27 de maio de 2013

O QUE DEFENDIAM OS ''14 PONTOS'' DE WILSON

A Conferência de Paris e os 14 Pontos do Presidente Woodrow Wilson (EUA)
 O presidente Wilson apresentou à opinião pública internacional os 14 Pontos, propondo uma paz na qual não houvesse vencidos nem vencedores. Também idealizou a Sociedade das Nações ou Liga das Nações, com sede em Genebra, na Suíça, com a finalidade de manter a paz mundial.
 Mais tarde, os EUA saíram da Liga das Nações, pois o Senado norte-americano não quis ratificar o Tratado de Versalhes.
1.Prática de uma diplomacia transparente e fim dos tratados secretos, para evitar coligações como as que conduziram à mundialização da I Guerra.
2.Liberdade de navegação (princípio livre-cambista).
3.Liberdade de comércio (princípio livre-cambista).
4.Redução de armamentos, a fim de diminuir as condições para a eclosão de novo conflito. 5.Reajustamento das colónias, tendo em conta os interesses dos povos autóctones (princípio das nacionalidades).
6-9. Evacuação da Rússia e da França (com resolução do problema da Alsácia-Lorena, retirada pela Alemanha) e rectificação das fronteiras italianas (princípio das nacionalidades).
10. Independência das nações do ex-império Austro-Húngaro (princípio das nacionalidades).
11. Solução do problema balcânico (Roménia, Montenegro e Sérvia, sendo que à última deveria ser cedido o livre acesso ao mar – princípio livre-cambista).
12. Soberania e segurança para as regiões turcas do Império Otomano e livre passagem no estreito de Dardanelos (princípio livre-cambista).
13. Independência da Polónia (princípio das nacionalidades) e seu livre acesso ao mar (princípio livre-cambista).
14. Criação da Sociedade das Nações.

domingo, 26 de maio de 2013

O caminho de ferro chegou a Penafiel!

"A 30 de Agosto de 1911 chegaram ao Douro, no vapor Hermes, 187 toneladas de rails para o assentamento do ramal de Penafiel. A linha tinha características de via reduzida com carris de gola, era uma via americana construída sobre o leito das estradas, que nessa altura eram em piso de terra. As potentes locomotivas a vapor foram construídas pela casa Heuschel & Sohn, em Cassel, na Alemanha. A 10 de Novembro de 1912, dia de S. Martinho, começou a circular o comboio na linha do troço de Penafiel a Novelas. A velocidade da locomotiva era de 15 quilómetros por hora. Em Maio de 1914 começaram as obras de construção da linha até Entre-os-Rios. O primeiro troço foi aberto até à Calçada (Oldrões), a 20 de Novembro. A 13 de Abril de 1915, era inaugurado o troço de linha férrea até à Torre (Termas da Torre, hoje Inatel). A 27 de Junho o comboio chegava a Entre-os-Rios. Os preços dos bilhetes eram de Penafiel a S. Vicente em 1ª classe 230 réis e à Torre 270 réis. Em 3ª classe 150 réis e 180 réis respectivamente. Em dias de feira e romaria era frequente que grande número de passageiros ficasse em terra por falta de lugar."
in FERREIRA, José Fernando Coelho - O caminho de ferro de Penafiel à Lixa e Entre-os-Rios, Lousada, 2000 (adaptado).

O Colosso de Rhodes

A caricatura "The Rhodes Colossus" foi publicada no semanário inglês Punch, em 1892. Cecil Rhodes aparece segurando o cabo do telégrafo, ao mesmo tempo que cruza todo o continente africano de uma só vez. A imagem faz referência à ambição colonialista britânica. Cecil John Rhodes (1853-1902), o homem mais rico de África, rei dos diamantes, dedicou metade da sua vida ao engrandecimento do Império Britânico. Foi um insaciável representante do capitalismo colonial, e concebeu um dos projectos mais ambiciosos do colonialismo: o de unir a cidade do Cabo, na África do Sul, à cidade do Cairo, no Egipto, através de uma linha de caminho de ferro transcontinental.

As realizações da Primeira República: a instrução

"Ao chegar ao poder, em 1910, os republicanos encontraram uma realidade educativa que nos afastava da maioria dos países europeus. As taxas de analfabetismo rondavam os 75,1 por cento na totalidade, sendo de 81,2 por cento para as mulheres. Perante tal situação, o combate ao analfabetismo impunha-se como objectivo prioritário. (...) A par das Escolas Móveis, o Estado apostou na expansão da rede escolar primária, mas apesar de um relativo crescimento não conseguiu atingir a desejada cobertura de todo o país. Continuaram a existir, principalmente no interior, muitas regiões sem escolas, e as condições materiais do parque escolar também não obtiveram uma considerável melhoria."

PROENÇA, Maria Cândida - A educação, in "História da Primeira República", Tinta da China, 2009.

Viagens e colonização na África Portuguesa

As viagens de Serpa Pinto (1877-79; 1885-86) e de Capelo e Ivens (1877-80; 1884-85) "foram apenas as mais famosas de muitas expedições, onde dezenas de comerciantes, oficiais do Exército e da Marinha e cientistas, dentro dos actuais limites de Angola e Moçambique, contribuíram para um melhor e definitivo conhecimento geográfico das duas regiões (...). De facto, o motivo principal de quase todas as viagens foi a necessidade de afirmação da soberania ou suserania portuguesas sobre territórios historicamente considerados sob a bandeira das quinas. Razões de ordem geográfica e económica estiveram também por detrás mas o seu papel foi secundário. (...) O tratado anglo-português de 1890, definindo as fronteiras entre as Áfricas inglesa e portuguesa, trouxe consigo a necessidade de um conhecimento completo e exacto de, pelo menos, toda a região fronteiriça. Delineando o quadro das modernas Angola e Moçambique, estimulou os Portugueses a levar a efeito uma exploração integral dos territórios que lhes couberam, tarefa empreendida (...) na última década do século XIX e na primeira do século XX".

Texto extraído de MARQUES, Oliveira - História de Portugal, vol. III, Editorial Presença, 1998.

Os europeus na África Portuguesa

"Nos começos do século XIX não havia, em todo o Império Português, mais de dez mil europeus (...). Cabo Verde, Angola e o Estado da Índia albergavam os contingentes maiores. Grande parte compunha-se de degredados e de militares das guarnições. (...) A partir de meados do século, esta situação começou a modificar-se, mas tenuamente. Embora a população branca, tanto de Angola como de Moçambique, houvesse aumentado oito ou nove vezes entre 1850 e 1910, Angola não albergava mais de 12.000 europeus à data da proclamação da República, e Moçambique cerca de metade desse número. (...) Uma análise dos contingentes de guarnição ultramarina em período de paz, ao findar a Monarquia, revelava pouco mais de 10.000 militares distribuídos por todo o Império, dos quais menos de um terço eram brancos: 5.000 em Angola, 2.800 em Moçambique."

Texto extraído de MARQUES, Oliveira - História de Portugal, vol. III, Editorial Presença, 1998.

Portugal e Grã-Bretanha segundo Rafael Bordalo Pinheiro

O "Supplemento" ao nº 237 do jornal "Pontos nos ii", de 9 de Janeiro de 1890, semanário humorístico de Rafael Bordalo Pinheiro, foi publicado dois dias antes do Ultimato inglês ser entregue ao Governo português.
Através da caricatura, Bordalo Pinheiro denunciava os problemas do País e identificava os personagens principais da "desgraça" nacional.
Nesta imagem, o jovem rei D. Carlos (1), aclamado rei de Portugal no mês anterior, entrega de forma submissa uma parte de África à rainha Vitória (2), senhora do Império Britânico.
O povo português, representado pela figura do Zé Povinho (3), jaz desmaiado ou morto aos pés dos dois soberanos.

As principais etapas da Primeira Guerra Mundial

"Em agosto de 1914, do soldado raso até aos mais importantes dirigentes, era praticamente geral a convicção de que a guerra iria durar pouco - talvez umas semanas ou uns meses. A mobilização geral de milhões de homens e os planos estabelecidos pelos Estados Maiores pareciam impossibilitar uma guerra muito longa. Contudo, no fim do ano, depois da "corrida para o mar", os exércitos dos "Aliados" (Franceses, Ingleses e Belgas) e dos Alemães acharam-se enterrados em duas linhas de trincheiras que corriam do Mar do Norte até à fronteira suíça. 
A passagem da guerra de movimento a uma imprevista guerra de cerco deixou os adversários seriamente abalados. Por muito grande que fosse o potencial - cada vez maior - dos meios materiais postos em ação, todas as tentativas de rutura da frente contrária para retomar a guerra de movimento se frustravam. Além das centenas de milhares de mortos, nenhuma dessas batalhas teve resultados significativos. Em 1917, o Alto Comando Alemão persuadiu-se de que poderia ganhar a guerra desencadeando uma guerra submarina que asfixiasse a Inglaterra e a obrigasse a pedir a paz. A frota mercante inglesa sofreu perdas enormes, mas o melhoramento dos meios de luta anti-submarina e a entrada dos Estados Unidos na guerra permitiram que os Aliados resistissem. No princípio de 1918, combinadas com o uso de novas armas, as tropas americanas dariam a vantagem decisiva aos Aliados."

Texto adaptado de História da Europa, Ed. Estampa, 1993.

Conquistadores do Céu: os irmãos Wright


"Os irmãos Wilbur e Orville Wright nasceram nos Estados Unidos, em meados do século XIX. Em 1892 fundaram, em Dayton, uma oficina de reparação e, mais tarde, de construção de bicicletas. Os dois jovens interessaram-se desde cedo pelas máquinas voadoras. Após terem observado demoradamente o voo das aves, descobriram que as extremidades das asas das grandes planadoras adquirem inclinações opostas quando a ave inicia uma viragem: é o princípio do leme de inclinação de um aeroplano. Em 1900 e 1901 tentaram aplicar o mesmo princípio a um planador, sem sucesso. Em 1902 construíram um biplano, equipado com um motor a gasolina fabricado pelas suas próprias mãos, que percorreu cerca de 50 metros na praia de Kitty Hawk, na Carolina do Norte, a 14 de Dezembro de 1903. A 17 de Dezembro, Orville voou ao longo de 250 metros, aguentando-se no ar durante 59 segundos. A 15 de Setembro de 1904 efetuaram a primeira curva e a 20 percorreram mais de um kilómetro em circuito fechado. A 9 de Novembro, o voo durou 5 minutos e 4 segundos, durante os quais são percorridos 5 kilómetros. Nos anos seguintes, a sua extraordinária aventura tornou-os famosos nos Estados Unidos e na Europa, sucedendo-se as festas, os banquetes e as receções em sua honra."

Fonte: Os conquistadores do céu e do espaço, Livraria Bertrand, 1979.

A conquista do Porto por Soult em 1809

Planta da cidade do Porto, 
edição da Câmara Municipal comemorativa 
dos 150 anos do Cerco do Porto
 "A 10 de Março de 1809, o marechal Soult entrou em Portugal, conquistando logo de seguida a cidade de Chaves. Dirigindo-se para o Porto, os franceses enfrentaram as forças portuguesas em Salamonde e Carvalho d' Este, perto de Braga, saindo vitoriosos. Obrigado a atravessar o rio Ave em Santo Tirso, devido à feroz resistência dos portugueses na Trofa, Soult acampou em S. Mamede de Infesta. No Porto estavam ainda em curso as obras de defesa, com 20.000 homens apoiados por 35 baterias dispostas ao longo de uma linha que ia de Campanhã à Foz: baterias da Foz (1), Lordelo (2), Ramalde (3), Prelada (4), Glória (5), Monte Pedral (6), Lapa (7), Aguardente (8), Lindo Vale (9), Sério (10), Póvoa de Cima (11), Quinta dos Congregados (12), Cativo (13), Bonfim (14) e Campanhã (15). No dia 29 o inimigo efectuou o ataque final, entrando pelas baterias de Aguardente e de Monte Pedral, e a cavalaria pela de S. Barnabé (Prelada), dirigindo-se rapidamente para a Ribeira."

Fonte: Jornal de Notícias, 29 Março 2009

Carta de D. Pedro I a seu pai, D. João VI

Carta do Imperador do Brasil, D. Pedro I, a seu Augusto Pai, o Senhor D. João VI, Rei de Portugal Meu Pay O dever de filho, e o amor que como homem consagro a Vossa Magestade me instão a que pondo de parte a coroa que sobre a minha cabeça foi colocada pella generoza Nação Brazileira vá por este modo fazer constar a Vossa Magestade o desgosto que tive quando soube dos desatinos do Mano Miguel, e o quanto lhe dezaprovo seu proceder, e se he verdade, segundo se diz, que ele fora traidor a Vossa Magestade já de hoje em diante deixa de ser mais meu irmão, pois um bom filho jamais pode amar traidores (...) Cumpre a Vossa Magestade enquanto he tempo salvar-se por este avizo, e a mim aviza-lo. O reconhecimento [da independência do Brasil] será feito ou mais tarde ou mais cedo, pois os Brazileiros, e eu seu Imperador não mudamos de temção, e antes morreremos com a espada na mão huma vez que juramos Independência ou Morte. Não pense Vossa Magestade que o que lhe digo he por aterrar, não meu Pay (examine se he verdade) he para que Vossa Magestade conheça que tem hum filho, que o deseja livrar dos punhaes dos assassinos que o rodeão. Eu como Imperador, e Vossa Magestade como Rey estamos em guerra, devemos sustentar os Direitos das Independentes Nações de que somos chefes; mas eu como seu filho e V. M. como Pay devemo-nos amar (...) V. M. perdoará o que digo tão francamente, mas este sempre foi he e hade ser o genio d' este que he de V. M. filho affectuoso e que como tal lhe beija a Sua Real Mão Pedro Esta carta refere-se ao período da restauração do absolutismo em Portugal por D. Miguel. A 30 de Abril de 1824, o irmão de D. Pedro chefiou um levantamento militar conhecido por Abrilada, sequestrando o próprio pai, o rei D. João VI, no seu palácio, e criando um clima de terror, especialmente em Lisboa, mandando prender algumas centenas de moderados. Após estes acontecimentos, foram tentadas a pacificação e a conciliação da família portuguesa mediante um indulto datado de Junho de 1825 para os crimes políticos. Surgiu depois a carta-patente de 13 de Maio de 1825, reiterada pelo tratado do Rio de Janeiro de 19 de Agosto, ratificado pela carta de lei de 15 de Novembro do mesmo ano, que reconhecia a independência do Brasil e o título de imperador a D. Pedro.

O anticlericalismo da Primeira República

A República identificou-se, desde o início,
com a luta contra a Igreja.
O Partido Republicano tinha
 já organizado, mesmo antes de 1910,
A República identificou-se, desde o início, com a luta contra a Igreja. O Partido Republicano tinha já organizado, mesmo antes de 1910, uma ofensiva implacável contra o Clero, tentando convencer as massas dos perigos do clericalismo na sociedade moderna, difundindo através da imprensa o ateísmo e outras doutrinas, bem como factos históricos que denunciavam o fanatismo, a inquisição e outros males do passado. Proclamada a República, as ordens religiosas foram imediatamente expulsas, encerrando-se todas as instituições e casas ligadas ao Clero. Em 1911, Afonso Costa decretou a separação entre a Igreja e o Estado, nacionalizou os bens da Igreja, proibiu o ensino do cristianismo nas Escolas e declarou livres todos os cultos.
 Ilustração da revista "Novos Horizontes", de 15 de Agosto de 1906, com a legenda "O Clero - Inoculando o ódio ao progresso, à humanidade que nasce"

sábado, 25 de maio de 2013

A entrada dos EUA - Primeira Guerra Mundial- Saída da Rússia


Desde o início da guerra, os Estados Unidos mantiveram-se neutros.
A entrada dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial foi motivada pela promessa de apoio aos países europeus que compravam mercadorias das indústrias norte-americanas (a neutralidade ficou difícil) e os ataques dos submarinos alemães à marinha mercante dos EUA. Novas armas bélicas foram utilizadas no conflito, além do uso de tanques e aviões de caça para bombardeios, sem contar a chegada de um grande contingente de soldados norte-americanos (aproximadamente 1,2 milhão de soldados). Os norte-americanos decidiram entrar na guerra, usando como pretexto a afundamento de dois navios que transportavam alimentos para a Inglaterra.
Em abril de 1917, forças mili­tares norte-americanas foram despejadas na Europa. O equilí­brio estava rompido. As potên­cias centrais não puderam resis­tir ao sangue novo e, uma a uma, foram se rendendo.Reforçou o bloco dos Aliados e garantiu a vitória da Entente sobre os impérios centrais.  Em 1918, terminava a guerra.
Outro fato importante dessa fase foi a saída da Rússia, em razão da Revolução Socialista Russa ocorrida em 1917, onde os bolcheviques estabeleceram-se no poder, foi assinado um acordo com a Alemanha para oficializar sua retirada do grande conflito. Este acordo chamou-se Tratado de Brest-Litovsk, que impôs duras condições para a Rússia.

A França nas vésperas da Revolução

«A esta classe camponesa, tão útil [...] pelo seu trabalho, a prosperidade de nada serve: os rendimentos da terra são devorados pelos impostos [...]. O cavador, coberto pelos farrapos da miséria, só tem, para se deitar, um leito de palha e, por alimento, um pão grosseiro que, quantas vezes, apenas pode molhar nas suas lágrimas. Nem na infância conhece repouso: cavador aos sete anos, decrépito aos trinta, é esta a sua triste sorte.»

 Cadernos de Queixas do Terceiro Estado de Poitiers

As primeiras conquistas da Revolução

«O reino flutua, neste momento, entre a alternativa da destruição da sociedade ou a formação de um governo que será admirado e seguido em toda a Europa. Como estabelecer este governo? Pela tranquilidade pública. Como esperar esta tranquilidade? Aclamando o povo […]. Para chegar a esta tranquilidade, tão necessária, eu proponho: 1.º Que seja anunciado antes da proclamação projectada da “Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão” que os representantes da Nação decidiram que o imposto será pago por todos os indivíduos do reino na proporção dos seus rendimentos. 2.º Que todos os encargos públicos serão de futuro suportados igualmente por todos. 3.º Que todos os direitos feudais serão resgatados pela comunidade, em dinheiro ou trocados por uma justa avaliação, calculada sobre dez anos de rendimento de um ano comum, conforme o rendimento de um ano comum. 4.º Que as corveias senhorais, a mão-morta e outras servidões pessoais serão extintas sem indemnização.»

 Assembleia Nacional, 4 de Agosto de 1789, discurso do Presidente

A Revolução de 1820

«Uma administração inconsiderada, cheia de erros e de vícios, havia acarretado sobre nós toda a casta de males, violando nossos foros e direitos, quebrando nossas fraquezas e liberdades […]. Para cúmulo de desventura deixou de viver entre nós o nosso adorável soberano. Portugueses! Desde do dia fatal contamos nossas desgraças pelos momentos que tem durado a nossa orfandade. […] Nossos avós foram felizes porque viveram nos séculos venturosos em que Portugal tinha um governo representativo nas cortes da Nação […]. Imitando nossos maiores, convoquemos as Cortes e esperemos da sua sabedoria e firmeza as medidas que só podem salvar-nos da perdição […] A mudança que fazemos não ataca as partes estáveis da monarquia. A religião santa de nossos pais ganhará mais brilhante esplendor e a melhoria dos costumes, fruto também de uma iluminada instrução pública, até hoje por desgraça abandonada, fará a nossa felicidade e a das idades futuras. As leis do Reino, observadas religiosamente, segurarão a propriedade individual e a Nação sustentará a cada um no pacífico gozo de seus direitos porque ela não quer destruir, quer conservar. As mesmas ordens, os mesmos lugares, os mesmos ofícios, o sacerdócio, a magistratura, todos serão respeitados no livre exercício da autoridade que se acha depositada nas suas mãos. Ninguém será incomodado por suas opiniões ou conduta passada e as mais combinadas medidas se têm tomado para evitar os tumultos e a satisfação de ódios ou vinganças particulares. Portugueses! Vivei certos dos bons desejos que nos animam. Escolhidos para vigiar sobre os vossos destinos, até ao dia memorável em que vós, competentemente representados, haveis de estabelecer outra forma de governo, empregaremos todas as nossas forças para corresponder à confiança que se fez de nós e se o resultado for, como esperamos, uma Constituição que segure solidamente os direitos da monarquia e os vossos, podeis acreditar que será essa a maior e a mais gloriosa recompensa de nossos trabalhos e fadigas.»

 Porto e Paço do Governo, 24 de Agosto de 1820, “A Junta Provisional do Supremo Governo do Reino”, citado por José Tengarrinha, em Manuel Fernandes Tomás – A Revolução de 1820, Ed. Caminho, Col. Universitária 2

A resistência das forças de Antigo Regime

«Portugueses! É tempo de quebrar o férreo jugo em que ignominiosamente vivemos. [...] [...] Em lugar dos primeiros direitos nacionais, que vos prometeram recobrar em 24 de Agosto de 1820, deram-vos a sua ruína, e o Rei reduzido a um mero fantasma; a Magistratura diariamente ultrajada; a Nobreza. à qual se agregaram sucessivamente os Cidadãos beneméritos, e à qual deveis vossa glória nas terras de África e nos mares da Ásia, reduzida ao abatimento e despojada dos lustre que outrora tivera do reconhecimento Real; a Religião, e seus ministros, objectos de mofa e de escárnio. [...] Eia, Portugueses, uma mais longa prudência seria infame.»

 Vila Franca, 27 de Maio de 1823 D. MIGUEL

O Liberalismo em Portugal

«E como se os males comuns não fossem bastantes para oprimir uma Nação já antecipadamente atenuada pela longa série dos acontecimentos que preparavam a catástrofe de 1807 [invasões francesas], sobreviveram ainda outros não menos agravantes e de trato sucessivo que nos são particulares. O primeiro e o principal é a ausência do soberano num país remoto, donde não pode nem conhecer toda a extensão dos nossos sofrimentos, nem enxugar as lágrimas da nossa orfandade. Foi uma medida de absoluta necessidade, que salvou a monarquia nos seus lances mais arriscados, porém, sepultou a Nação em luto; e, desde logo, podia prever-se que desorganizaria os princípios da administração interna e transformaria todo o nosso sistema comercial. Teve por consequências imediatas a abertura do comércio do Brasil às nações estrangeiras e a repentina extinção do Brasil às nações estrangeiras e a repentina extinção do sistema colonial […]. Seguiu-se a admissão indistinta de todos os géneros de produção e manufactura inglesa, pagando somente 15 por cento de entrada, pelo tratado de comércio de 1810, e a devastação das províncias centrais do Reino na invasão do general Massena, depois do saque da cidade do Porto e dos estragos feitos nas províncias do Norte pelo exército do general Soult. […] Num reino flagelado por tantos modos, e tendo de sustentar um exército superior ao que permitem os seus meios, parte na Europa e parte na América, é fácil de julgar em que abatimento cairiam as rendas do Estado, como poderia pagar-se a dívida pública e sustentar-se o crédito […].»

 José Acúrsio das Neves, Variedades sobre as Artes (1814-1817)

A Constituição de 1822

TÍTULO I – Dos direitos e deveres individuais dos Portugueses Artigo 1.º – A Constituição Política da Nação Portuguesa tem por objectivos a liberdade, segurança e propriedade de todos os Portugueses. […] Artigo 2.º – Todos os Portugueses podem ser admitidos aos cargos públicos, sem outra distinção que não seja a dos seus talentos e das suas virtudes. […]
 TÍTULO II – Da Nação Portuguesa e do seu território, religião, governo e dinastia […] Artigo 26.º – A soberania reside essencialmente na Nação. Não pode, porém, ser exercitada senão pelos seus representantes legalmente eleitos. Nenhum indivíduo ou corporação exerce autoridade pública que não derive da mesma Nação. Artigo 30.º – Os Poderes Políticos são o Legislativo, o Executivo e o Judicial. […] O primeiro reside nas Cortes com dependência da sanção do rei. O segundo está no rei e nos secretários de Estado, que o exercitam debaixo da autoridade do mesmo rei. O terceiro está nos juízes. Cada um destes poderes é de tal maneira independente que não poderá arrogar-se a si as atribuições do outro.
TÍTULO III – Do Poder Legislativo ou das Cortes […] Artigo 33.º – Na eleição dos deputados têm voto os Portugueses que estiverem no exercício dos direitos de cidadão […], tendo domicílio, ou pelo menos residência de um ano, no concelho onde se fizer a eleição. […] Artigo 102.º – Pertence às Cortes: fazer as leis, interpretá-las. […] Artigo 105.º – A iniciativa directa de fazer leis somente compete aos representantes da Nação juntos em Cortes. […] Artigo 110.º – Ao rei pertence dar a sanção à lei, o que fará pela seguinte fórmula assinada de sua mão: Sanciono e publique-se como lei. TÍTULO IV […] Artigo 121.º – A autoridade do rei provém da Nação e é indivisível e inalienável. […]

Extractos da Edição Oficial de 1822

A Sociedade de ordens do Antigo Regime

"Não podemos viver todos na mesma condição. É necessário que uns comandem e os outros obedeçam. Os que comandam têm várias categorias ou graus: os soberanos mandam em todos os do seu reino, transmitindo o seu comando aos grandes, os grandes aos pequenos e estes ao povo. E o povo, que obedece a todos eles, está, por sua vez, dividido em várias categorias. No conjunto da sociedade, uns dedicam-se especialmente a serviço de Deus, outros a defender o Estado pelas armas, outros a alimentá-lo e mantê-lo pelo exercício da paz."

 Charles Loyseau, Tratado das Ordens e das Dignidades, 1610-13

O poder absoluto

"É somente na minha pessoa que reside o poder soberano (…), é somente de mim que os meus tribunais recebem a sua existência e a sua autoridade; a plenitude desta autoridade, que eles não exercem senão em meu nome, permanece sempre em mim, e o seu uso nunca pode ser contra mim voltado; é unicamente a mim que pertence o poder legislativo, sem dependência e sem partilha; é somente por minha autoridade que os funcionários dos meus tribunais procedem, não à formação, mas ao registo, à publicação, à execução da lei, e que lhes é permitido advertir-me o que é do dever de todos os úteis conselheiros; toda a ordem pública emana de mim, e os direitos e interesses da nação, de que se pretende ousar fazer um corpo separado do monarca, estão necessariamente inteiramente nas minhas mãos. "
Resposta do rei ao Parlamento de Paris, na sessão de 3 de Março de 1766, em Flammermont e Tourneux, Advertências do Parlamento de Paris no Século XVIII

Manifestações da hierarquia social no tratamento

"Ao nobre [português] parece não existir nobreza semelhante à sua, pelo que julga que todos os outros lhe ficam muito atrás. Procura, em todas as coisas, fazer como fazem os reis ou príncipes (…). Em casa chama os criados pelo nome dos seus cargos: mordomo, secretário, criado de quarto, moço das cavalariças (…). Só estuda questões de gravidade e etiqueta porque é em coisas como estas e não na virtude que consiste a nobreza. Ponderam a quem devem tratar por tu, por Vós, por Mercê, por Senhoria, por Excelência e por Alteza, porque o título de majestade ainda lá não chegou. (…) Dão tratos à cabeça para pensar a quem devem tirar o chapéu, se meio, se por completo, se baixá-lo até baixo, se conservá-lo alto; se fazer cobrir-se aquele com quem fala ou se deixá-lo de cabeça descoberta, ou se devem cobrir-se eles próprios (…). Estudam, por fim, que todos os seus actos sejam medidos com termos de gravidade mais do que cansativos."  

Anónimo italiano de inícios do século XVII, “Retrato e reverso do Reino de Portugal”, in A.H. de Oliveira Marques, Revista Nova História – Século XVI, n.º 1, 1984, Editorial Estampa

PLANIFICAÇÃO: MÓDULOS E UNIDADES

MÓDULO 4 – A EUROPA NOS SÉCULOS XVII E XVIII: SOCIEDADE, PODER E DINÂMICAS COLONIAIS
 1- População da Europa nos séculos XVII e XVIII: crises e crescimento.
 2- A Europa dos Estados Absolutos e a Europa dos Parlamentos.
 3- Triunfo dos estados e dinâmicas económicas nos séculos XVII e XVIII .
4- Construção da modernidade europeia.
 MÓDULO 5 – O LIBERALISMO: IDEOLOGIA E REVOLUÇÃO, MODELOS E PRÁTICAS NOS SÉCULOS XVIII E XIX
 1- A revolução americana, uma revolução fundadora.
2- A revolução francesa – paradigma das revoluções liberais e burguesas.
3- A geografia dos movimentos revolucionários na primeira metade do século XIX: as vagas revolucionárias liberais e nacionais.
4- A implantação do liberalismo em Portugal.
5- O legado do liberalismo na primeira metade do século XIX.
 MÓDULO 6 – A CIVILIZAÇÃO INDUSTRIAL: ECONOMIA E SOCIEDADE, NACIONALISMOS E CHOQUES IMPERIALISTAS
 1- As transformações económicas na Europa e no Mundo.
 2- A sociedade industrial e urbana.
 3- Evolução democrática, nacionalismo e imperialismo
. 4- Portugal, uma sociedade capitalista dependente.
 5- Os caminhos da cultura.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

O início da grande guerra: atentado de Sarajevo

 Atentado de Sarajevo
No dia 28 de Junho de 1914, ocorreu um incidente que despoletou a I Guerra Mundial: o atentado de Sarajevo.
  • Gavril Princip era um estudante, de nacionalidade sérvia e destacado dirigente de uma sociedade secreta de cariz nacionalista intitulada “MÃO NEGRA”, cujo principal objectivo era lutar contra a soberania austro-húngara. O arquiduque Francisco Fernando era o príncipe herdeiro da coroa austro-húngara. Juntamente com a sua esposa foi assassinado á queima-roupa por Gravil Princip em plena via publica após ter assistido a uma sessão solene no edifício Sarajevo.
  • O imperador Austro-húngaro, Francisco José, não se conformou com a perda do seu herdeiro, exigiu explicações ao governo Sérvio, pois os seus conselheiros desconfiavam dos serviços secretos da Sérvia no atentado de 23 de Julho de 1914. Preocupados com o atraso da formalização da acusação a Gavril Princip, a Áustria-Hungria fez um ultimato à Sérvia, exigindo chamar a si as responsabilidades pela condução do inquérito do atentado.
  • Perante a recusa da Sérvia, no dia 28 de Julho a Áustria-Hungria declarou-lhe guerra. Dois dias depois, a Rússia, tradicional aliada da Sérvia entra em acção e declarou guerra à Áustria-Hungria.
  • Nos dois dias seguintes foram formadas as alianças militares sucedendo-se as declarações de guerra. Em Agosto de 1914, a Alemanha movimentou-se e invadiu a Bélgica e posteriormente a França. Iniciava-se assim a 1ª Guerra Mundial.
  • Os países inicialmente envolvidos na guerra pensaram que esta iria ser curta: os Aliados (países da Tríplice Entente) contavam com a superioridade numérica dos seus efectivos; as Potências Centrais (Tríplice Aliança) confiavam na superioridade técnica do seu armamento

PAZ ARMADA

Os governos capitalistas clamavam pela paz, mas estimulavam a fabricação de armamentos e recrutavam civis para o exército. O militarismo cresceu e era cada vez mais difícil manter o equilíbrio entre as nações imperialistas. Os focos de tensão e a disputa pela supremacia levaram os países europeus à corrida armamentista.
• A política de alianças era complementada por uma corrida aos armamentos
• Em 1908, a Austria-Hungria anexou a Bósnia- Herzegovina, gerando protestos da Sérvia, a qual pretendia desempenhar um papel influente nos balcãs (panservismo)
• Em 1914, quando o herdeiro ao trono austro-húngaro foi assassinado na Bósnia, a suspeita de que a Sérvia pudesse estar envolvida nesse ato levou o imperador Francisco José da Áustria-Hungria a declarar guerra à Sérvia.
• Era o fim da paz armada e o início da I guerra Mundial.
Fábrica de aviões britânicos
Fábrica de canhões alemães

Estados autoritários -Século XIX

• Europa Central e Oriental prevalecia o imobilismo político
 • Durante o século XIX, e até ao desmembramento dos impérios resultante do final da I guerra Mundial, existiam quatro grandes estados autoritários na Europa.
• 1- O Império Alemão (II Reich, desde 1871), governado pelo Kaiser Guilherme II.
• 2- O Império Austro-Húngaro, governado pelo imperador Francisco José
• 3- O Império Russo, governado pelo Czar Nicolau II
• 4- O Império Otomano, governado pelos sultões da dinastia otomana.
 • Estes impérios tinham características comuns:
 • eram Estados autocráticos (o imperador detinha o poder absoluto ainda que, por vezes, camuflado pela existência de Constituições e do sufrágio.
• Conservadores- mantinham intocados os privilégios da nobreza e do clero.
• Repressivos- reprimiam a oposição política e as revoltas nacionalistas que ocorriam dentro do território.
 • Na prática, o Poder continuou a exercer-se de uma forma autoritária (Estado autoritário) e fortemente centralizado numa pessoa- o monarca- AUTOCRACIA.
• Ou das elites aristocráticas que os rodeavam (OLIGARQUIA)
A autocracia
Autocracia literalmente significa a partir dos radicais gregos autos  (por si próprio),  kratos  (poder), poder por si próprio. É uma forma de governo na qual um único homem detém o poder supremo. Ele tem controlo absoluto em todos os níveis de governo, sem o consentimento dos governados.
Naqueles 3 impérios europeus, os soberanos governavam de forma autocrática, quase sem conhecerem limites à sua autoridade e personificando a lei.
O conservadorismo
 
conservadorismo  (ou conservantismo) é um termo usado para descrever posições político-filosóficas,
 alinhadas com o tradicionalismo e a transformação, que em geral se contrapõem a mudanças abruptas (cuja expressão máxima é o conceito de revolução) de determinado marco económico e político-institucional ou no sistema de crenças, usos e costumes de uma sociedade.
Rigidez e conservadorismo dominavam as sociedades imperiais. As velhas nobrezas mantinham uma forte implantação nos cargos governativos e no exército, bloqueando a aplicação do princípio democrático da igualdade de oportunidades.

A submissão das nacionalidades
 
Com efeito, os 3 impérios europeus albergavam no seu seio múltiplos povos aos quais não reconheciam direitos. Isto é, não aplicavam o princípio liberal das nacionalidades, segundo o qual ‘’a cada povo corresponde uma Nação, a cada Nação deve corresponder um Estado’’.
Império russo – agitado frequentemente por movimentos nacionalistas devido a opressão dos eslavos, finlandeses e povos bálticos, dos turcos, dos arménios, georgianos, etc

Estados liberais e democráticos- Sistema Representativo -Século XIX

• Na Europa Ocidental e os EUA aprofundavam os regimes liberais
• Países em que se instalava a soberania nacional, pois os cidadãos ativos eram representados em assembleias legislativas.
• A partir do terceiro quartel do século XIX, surgiu um novo entendimento do sistema liberal que daria origem às democracias representativas- demoliberalismo.
 • O sufrágio censitário foi substituído pelo sufrágio universal.
• A soberania nacional dava lugar à soberania popular.
• O voto das mulheres, dos negros e dos analfabetos foi, em geral, uma conquista difícil.
 • Para aperfeiçoar o sistema representativo, a idade de voto foi antecipada, para os 21 anos, o voto passou a ser secreto e os cargos políticos passaram a ser remunerados- abrindo caminho, à entrada das classes médias e do operariado na vida política.
• Os parlamentos liberais são uma imagem da superioridade dos regimes democráticos no Ocidente.
 • Contudo, no século XIX, quer a formação dos partidos quer as eleições estavam longe de permitirem uma representação autêntica da vontade dos cidadãos.
• Os cargos políticos passaram a ser remunerados pelo Estado.
 • Constituíram-se os primeiros partidos de massas.
 • Passou-se a adotar, nas eleições, o modelo de representação proporcional.
 • Submeteu-se o poder executivo à vigilância e controlo dos parlamentos.
• Institucionalizou-se o segredo de voto – voto secreto.
• Acentuou-se a separação entre o Estado e a Igreja- incrementou-se o LAICISMO.
• Adoção do sufrágio Universal. • Alargamento do voto às mulheres
• A institucionalização da liberdade política e da democracia liberal
• O reconhecimento da igualdade e da autodeterminação a todas as minorias nacionais, pela transformação do Estado Imperial numa confederação de Estados.

Evolução Democrática do Sistema Representativo


Demoliberalismo – confere grande valor à representação da nação, alargando o sufrágio e reforçando o poder dos Parlamentos.
No meio século que decorreu entre 1870 e 1914, os estados do mundo ocidental aperfeiçoaram o sistema representativo liberal, caminhando no sentido do demoliberalismo.
Foi nos Estados Unidos e na Europa do Norte e do Noroeste que esta evolução se fez sentir com maior notoriedade, através de um conjunto de conquistas democráticas.

Da Monarquia à República
A monarquia constitucional era o regime político predominante no mundo ocidental. O liberalismo tendeu a limitar o poder dos monarcas. Transformados em meros chefes nominais do poder executivo, reinavam, mas não governavam.
Essa limitação do poder dos governantes parecia o meio mais seguro de garantir a concórdia, a prosperidade, o funcionamento das instituições democráticas. O exemplo mais conseguido residiu na Grã-Bretanha.
Embora diminuída nas suas prerrogativas, nem por isso a monarquia deixou de suscitar violentas críticas. Referimo-nos aos debates efectuados em prol do Regime republicano, que apaixonaram a opinião pública, mobilizando multidões.
Com seus governantes eleitos e temporários, considerava-se a República o regime político mais democrático e livre, na medida em que todos os seus órgãos resultavam da escolha da Nação soberana.
Algumas dessas repúblicas (francesa, portuguesa) enveredaram pela via do parlamentarismo. Isto é, reforçaram o poder das assembleias legislativas ou parlamentos, perante os quais os governos prestavam contas dos seus actos.

O Sufrágio Universal



Sufrágio Universal – Direito de todos os cidadãos, sem distinção de sexo, raça, fortuna ou instrução, votarem em eleições para a escolha dos representantes políticos.
A passagem do Liberalismo à Democracia Representativa concretizou-se com a instituição do sufrágio universal, quando as restrições financeiras ao exercício da cidadania deixaram de existir.
A fim de garantir a sinceridade do voto, foi instituído o voto secreto.
À medida que o sufrágio abrangia as classes médias e o proletariado, uma nova classe política surgiu. “Os notáveis”, recrutados nas elites burguesas e aristocráticas, tenderam, efectivamente, a ser substituídos por membros das profissões liberais e até por operários! E, para que os menos abastados pudessem ocupar lugares na governação, instituiu-se a remuneração dos cargos políticos, através da atribuição de subsídios parlamentares aos deputados.

Apesar das conquistas promotoras da liberdade e igualdade, a democracia representativa teve seus excluídos. Foram as mulheres, afastadas do voto, bem como os negros e, de uma forma geral, os analfabetos.
As aspirações de liberdade nos Estados autoritários
Enquanto a democracia se alargava pelos EUA, Estados do norte e Noroeste da Europa, os Estados autoritários resistiam. Referimo-nos aos impérios alemão, austro-húngaro e russo, cujo poder se fundamentava na autocracia, no conservadorismo e na submissão das nacionalidades.